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may 9, 2017
Resumen
Tratar de um livro como Avalovara, de um escritor brasileiro talvez aqui desconhecido tanto ou mais que em seu próprio país, demandaria, sem dúvida, tempo maior do que quinze minutos, em virtude de sua enorme complexidade formal. Poder-se-ia tecer comentários acerca do modo como os fragmentos de que ele se compõe são engenhosamente organizados, segundo uma regra tanto mística quanto maquinal, analógica a de relógios antigos, cuja ínfima parte, se retirada, o destruiria. Esse romance, contudo, de Osman Lins, parece não poder ser introduzido, embora traga, ironicamente, desde o seu princípio a chave misteriosa de sua confecção, o palíndromo latino sator arepo tenet opera rotas, a espiral e o quadrado – em que as palavras da frase, todas com o mesmo número de letras, se distribuem, cada letra num quadrado próprio, como blocos de formação do maior – e uma sessão inteira de fragmentos dedicados a sua decifração, no interior mesmo de sua quase insondável narrativa.