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abr 19, 2022
Resumen
Nao é possível interpretar o texto trágico a partir de um único
referencial teórico, pois, agindo assim arriscar-nos-emos a per
manecer na epiderme das múltiplas significa?6es que esta poesía oferece.
Nesse campo todo esforzó interpretativo, mesmo que tenha como propósito
o exercício hermenéutico de urna pe?a, de um personagem ou de urna
fala de um personagem, exige do leitor a apreensáo articulada do conteúdo
textual e época histórica. Essa é, portanto, a primeira abertura que
deveremos realizar enquanto leitores da poesía trágica. Segundo, se
quisermos vislumbrar as dimensóes e implicares desse fenómeno, nao
poderemos ignorar as leituras que dele fizeram nao so a historia mas, os
diversos ramos das ciencias humanas como a antropología, a psicología, a
crítica literária, a lingüística, a filosofía, a arqueología etc.
Isso indica por si só, nao apenas que nosso objeto de análise, a Helena de
Eurípides, pede urna abordagem multidisciplinar, mas, sobretudo, que se
oferece como um referendum que suporta incontáveis possibilidades de
interpretado. Por conseguinte, a leitura que ora realizamos, representa
um entre os inúmeros caminhos que fecundam esse texto.
Há, indubitavelmente, urna relafáo íntima entre o drama trágico e o século
em que nasceu, posto que se inscreve num particularíssimo universo religioso,
político e moral.
Nunca é demais lembrar que com a tragédia grega nao estamos diante de
um género artístico-literário ou de um tipo de entretenimento, mas de um
evento cívico-religioso de extrema importancia para o grego do Vo séc.
a.C.